Pode até ser verdade que, quando as pessoas se conhecem com o interesse de um dia formar um par, reparam antes na aparência física. Porém, existem qualidades e atitudes, como uma conversa animada e o bom humor, que fazem toda a diferença na hora da conquista.
Exemplo disso aconteceu com a empresária Julia Corradi, que conheceu o seu atual namorado, o analista de marketing Murilo Fernandes, na aula de espanhol e de cara se encantou pelo sorriso do rapaz. “Também achei ele engraçado e muito educado. Não sei exatamente, mas o modo como falava me atraiu. Parecia um menino diferente dos outros apenas pelo jeito de se comunicar”, comenta.
Depois de alguns dias, a professora de idioma reuniu os alunos em trios para aplicar uma atividade. “Acho que ela percebeu que rolava um clima e nos colocou no mesmo grupo. Falamos de afinidades e a pobre da garota que estava com a gente quase não abriu a boca”, lembra.
Paixões em comumJulia percebeu que tinha gostos parecidos com os do rapaz, como as canções do cantor Jack Johnson e o futebol. A única exceção era o time: a empresária é palmeirense, e o analista de marketing, corintiano. “No final da aula, perguntou qual perfume eu usava. Então, ele disse que pediria um frasco ao irmão ‘sacoleiro’, que ia frequentemente aos Estados Unidos”, recorda.
Murilo ainda teve presença de espírito ao completar: “É pra mim mesmo. Gostei e quero usar”. A empresária afirma que achou estranho, mas engraçado. Notou também, de imediato, que o rapaz tinha senso de humor, dando-lhe muitos “pontos”.
Para a diretora da Agência Matrimonial Par Ideal, de Curitiba, Sheila Chamecki Rigler, um bom diálogo é imprescindível. “Tanto homens quanto mulheres gostam de quem é bem-humorado e que saiba ouvir”, afirma. Além disso, falar o tempo todo do trabalho e não saber conversar sobre vários assuntos é algo desagradável. “A ansiedade atrapalha muito, pois quando as pessoas estão se sentindo assim não conseguem conquistar ninguém”, completa.
Diga “não” ao medoA iniciativa precisa vir de ambos os lados, embora seja mais difícil para as mulheres. As conversas entre Julia e Murilo, por exemplo, se intensificaram, mas ela se sentiu insegura quando foi convidada para um café. “Ele me disse algumas coisas a respeito de gostar de mim. Conversamos um tempão, mas não passou disso, pois eu havia terminado com um parceiro e queria ir devagar”, diz.
Esse receio é muito comum. Será que é certo se mostrar interessada? E o que vão falar? Regina Navarro Lins, psicanalista, escritora de 11 livros sobre envolvimentos amorosos e atualmente participante do programa Amor & Sexo(Rede Globo), explica: “Nós vivemos numa cultura em que eles estão na posição de superior. Tomar a iniciativa sempre foi dever masculino, enquanto as mulheres tinham que ser passivas a essa situação”, argumenta.
A especialista conta que existem homens que não se libertam dessa postura patriarcal e se sentem ameaçados quando as decisões vêm do sexo oposto. “Na verdade, não temem as financeiramente independentes, mas as autônomas”, afirma.
Beleza é importante?
A beleza varia de época e de lugar. Antigamente, em países ocidentais, a mulher precisava ser mais gordinha para ser considerada atraente. Algumas tribos africanas consideram as estrábicas lindas. Já em regiões da China, os pés necessitam ser bem pequenos, nem que para isso seja necessário recorrer à mutilação.
Porém, na hora da conquista, a aparência é realmente importante. “A atração física é algo que todos nós sentimos e abre portas para relacionamentos”, informa o psicanalista Cristian Boragan, do Instituto Integrado de Psicanálise (IIP). “Mas para algo duradouro, não podemos apostar todas as fichas somente nesse atributo”, acrescenta.
Para o profissional, o namoro baseado na beleza até massageia o ego, pois desfilar com uma pessoa bonita ao nosso lado e apresentá-la aos amigos é um atestado de sucesso na sociedade. Porém, há um alerta. “Ao longo da vida, todos conhecemos homens e mulheres lindíssimos que, com a convivência, ficam ‘feios’ devido aos defeitos. Por isso, casais que dão certo são aqueles que têm afinidades, desejos e projetos de vida em comum”, finaliza.
Novos amoresNo século XII, as famílias escolhiam os parceiros de seus filhos levando em consideração status e dinheiro. Segundo Regina, nós somos regidos pelo mito do amor romântico, conceito que teve início no século XIX e que se consolidou na década de 1940. “As pessoas não se apaixonam por alguém, mas, sim, por um ideal. Porém, isso está saindo de cena, pois o modelo do romantismo de ‘quanto mais difícil a conquista, melhor’ tem se tornado antiquado”, aponta.
A história de Julia e Murilo demonstra isso. Depois de quase um mês e incontáveis caronas aceitas e negadas, eles deram o primeiro beijo. Hoje, já são dois anos de namoro e ela conta o que acredita ser o segredo: “Sinceramente? Meu jeito caipirinha funcionou com o Murilinho. Por outro lado, isso já assustou muita gente também. Nem ligo [risos]. O importante é que funcionou com quem deveria funcionar”, celebra.
Veja 9 dicas de conquista além da beleza:
- Saiba quem você é, o que te agrada e vá em frente;
- Confie em si mesma, pois mulheres decididas são mais atraentes;
- Arrisque-se: se ele não tomou a iniciativa e você está a fim, dê o primeiro passo;
- Conquistas têm seu tempo de maturação, por isso, dê tempo ao tempo e saiba a hora de cair fora e de entender que aquelas investidas não darão em nada;
- Controle a ansiedade e o nervosismo;
- Saiba conversar sobre vários assuntos e seja engraçada;
- Vá para um novo relacionamento quando estiver preparada para isso, pois namoro não é remédio de curas emocionais;
- Assuma que em certas fases da vida você não anda legal e o melhor é ficar sozinha;
- Inicie um relacionamento para curti-lo e não fique procurando a pessoa mais bela e perfeita aos olhos do mundo.
Fonte: http://www.portalvital.com/sua-vida/relacionamento/conquista-vai-al%C3%A9m-da-beleza